Da esquerda para a direita: Nituecheni Africano, Tchongolola Tchongonga Ekuikui VI e Jeremias Piedade Chissanga

Na última semana, a revista francesa Le Point selecionou 50 figuras culturais mais destacadas no continente africano e três angolanos apareceram na seleta lista. São eles: Tchongolola Tchongonga Ekuikui VI (rei do maior grupo étnico de Angola); Jeremias Piedade Chissanga (diretor do gabinete de cultura da província de Huambo); e Nituecheni Africano (escritor).

Essa revista, anualmente, tem destacado em sua páginas figuras de várias franjas culturais pelo mundo, e para o início desse ano mirou seus olhos para a África, no qual pinçou esses três grandes lusófonos.

Nome de peso na literatura africana, o escritor Nituecheni Africano aparece em primeiro lugar nessa classificação. Ele já foi vencedor de três prêmios internacionais e é o atual embaixador da literatura na África pela revista brasileira WBR. Seu trabalho tem se destacado muito na América Latina e em Portugal. Suas obras literárias de caráter social têm vencido diversos prêmios (recentemente venceu o prêmio Referência Literária com o livro “O Emigrante da Web e Suas Tolices” – que é, neste momento, o livro africano mais procurado pelos europeus e americanos).

Jeremias Piedade Chissanga foi outro nome a aparecer na revista francesa. O diretor foi distinguido no Brasil com o prêmio de Embaixador Cultural na premiação Referência Literária. Ele, que já foi um antigo futebolista e hoje é um líder político e exímio amante da cultura africana, continua a insentivar a juventude a valorizar a cultura do seu povo.

O terceiro angolano da lista foi o rei de Angola Tchongolola Tchongonga Ekuikui VI. Ele fez, recentemente, uma visita em várias cidades do Brasil (com destaque a São Paulo) para visitar o seu povo com raízes africanas, que no passado foram vendidos como escravos.

“O rei da tribo Bailundo fez o que muitos reis africanos não fizeram durante o seu reinado, apostando piamente na valorização e resgate da cultura africana. Até hoje solicita ao estado português para que devolva as peças retiradas pertencente ao seu reino”, escreveu a revista.