A capoeira é uma arte marcial brasileira que une movimentos ágeis, dança e música, criando uma expressão cultural única e carregada de significado.

No dia 23 de agosto, Niterói será palco de uma celebração especial: os 25 anos do Grupo-Escola Regional de Capoeira, fundado pelo mestre Branco, e o reconhecimento da maestria do capoeirista italiano Fábio Soldi, conhecido como “Hiena”. O evento, apoiado pelo grupo Comunità Italiana, marca a primeira formatura de um mestre de capoeira genuinamente italiano, da Região da Toscana.

Hiena iniciou sua trajetória na capoeira em 2002, em Niterói, após se encantar com a arte em sua cidade natal, Florença. Movido por esse fascínio, decidiu vir morar no Brasil para aprender diretamente na fonte. Agora, mais de duas décadas depois, ele será homenageado com a graduação da corda vermelha — símbolo de alto nível na capoeira — em uma cerimônia conduzida por seu mestre e mentor, Marcelo Tavares Pessanha, o mestre Branco.

A cor vermelha representa a luta, o sangue e a energia vital do capoeirista, refletindo sua trajetória de dedicação e superação.

“Os italianos valorizam muito a capoeira. Apesar de ainda sofrer certo preconceito no Brasil, ela se popularizou bastante na Itália”, explica mestre Branco, um dos principais nomes da capoeira no Rio de Janeiro.

Para ele, a arte marcial transcende fronteiras. Em 2014, a capoeira foi reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO. Hoje, crianças iniciam a prática ainda na infância, com aulas extracurriculares a partir dos quatro anos. Niterói foi uma das cidades pioneiras a incluir a capoeira nas escolas particulares.

Mestre Branco ministra aulas na academia X Fusion. Embora não tenha ascendência italiana, afirma que consegue se comunicar bem quando visita o Bel Paese — expressão carinhosa usada para se referir à Itália.