“João e Bento, vocês lavaram as mãos?” Diariamente tento educar meus filhos sobre a importância da laimpeza das mãos após atividades recreacionais e antes das refeições. Aproveito e narro com propriedades que uma tela de celular é tão suja como uma nota de dinheiro. Não queremos que nossos filhos preocupem-se ao extremo com questões que envolvem higiene, tampouco deixem de brincar com areia, em parques e\ou outros ambientes considerados apropriados para crianças.

A lição também serve para os adultos. Em ambiente domiciliar existem situações imperiosas quanto à higiene das mãos: antes e após o preparo de refeições, após idas ao banheiro; manipulação de celulares e dinheiro, assim como, limpeza de animais domésticos. Muitas viroses que adquirimos são oriundas do contato de nossos dedos com a boca. Muitos indivíduos negligenciam a retirada de anéis, relógios e penduricalhos antes de iniciar a limpeza das mãos. Sob esses objetos, frequentemente, acumulam-se micro-organismos (vírus, bactérias e fungos).

Já ouvi de amigos que uma virose ora ou outra é um fator primordial para o desenvolvimento de defesa de nosso corpo. Indubitavelmente, mesmo diante de todas essas “normas de higiene” ainda ficaremos resfriados e gripados. Segue uma dica muito importante e rápida: 1) Molhemos as mãos com água; 2) Apliquemos na palma uma quantidade de sabonete razoável. 3) Devemos esfregar as mãos, os dedos e sob as unhas. 4) Ao final enxaguar bem as mãos com água. 5) Nossa mãos devem ser secas com toalhas limpas ou papéis descartáveis. “Marco: E quanto ao uso de fluxo de ar (secadores), como os encontrados nos restaurantes e shoppings?”

Uma pesquisa marcante publicada na revista “Applied and Environmental Microbiology” investigou secadores de mão de banheiros públicos da Universidade de Connecticut, nos Estados Unidos, para saber o quanto de bactérias nocivas essas máquinas espalham. “Pasmem”, entretanto tudo inicia-se quando as pessoas acionam a descarga sem tampar o vaso sanitário depois de irem ao banheiro. Com o vaso destampado, as partículas de bactérias fecais são lançadas no ar. Assim que os secadores são ligados, a máquina puxa e aquece o ar contaminado do ambiente, antes de expelir de volta nas mãos de um usuário.

Na ausência de papel ou toalha descartáveis, opto por deixar as mãos molhadas, secando ao ambiente. Limpar as mãos em momentos cruciais não é mania, é higiene.

*Marco Orsini é médico com PhD pela UFRJ, Professor dos Programas de Mestrado em Desenvolvimento Local – UNISUAM e Ciências Aplicadas à Saúde – Universidade de Vassouras.

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