Sempre gostei muito de andar descalço e sem camisa. Sou assim desde que me entendo por gente. Não seria com 43 anos que mudaria meus hábitos e manias com algumas “colocações” sem maldade. Até algumas pessoas que dizem ou mesmo são amigas me espetam: – “Marco. Você é um médico! Não deves calçar no mínimo um chinelo ou subir uma montanha com roupa da trackfiled?”. Me pego sorridente por dentro e pensando como o ser humano é um bicho que deveria perder, no mínimo, alguns andares com C. Darwin. Também não é infrequente tal fala. “Não é para o seu naipe comer descalço e suado na padaria em Itacoatiara com seus amigos e filhos”. Meus queridos, naipe quem possui é carta de baralho e, certamente, eu não sou a melhor do jogo da vida. Caso fosse, não aguentaria olhar por cima dos outros e enaltecer uma interrogada superioridade. Não existem melhores ou piores, mas o que se esforçam e agarram, com unhas e dentes as cartas da vida.
As pessoas esquecem que a opinião alheia não me diz respeito (já falei isso um milhão de vezes). Não vou a eventos de autopromoção, não gosto de médicos de terno e gravata, sou chato, mas… meus amigos, filhos e minha medicina ninguém é capaz de decifrar o quanto eu amo.
Essa tal medicina de hoje também não é a minha. Quanto à suposta “deletéria” exposição no qual me avisam… meus amigos, meus amigos, meus amigos… isso é uma felicidade minha – meu segundo jardim; minha casa. Porquanto, vamos em frente e em busca de outro figurante “descalço” de planta de pé (pleonasmo), pois mão tem palma; e me deixem em paz, pelo amor de Deus! Eu gosto de bicho, de mato e um pouco de gente pouca.