Marco Orsini é MD PhD Médico com Formação em Neurologia- UFF. Professor Titular da Universidade de Vassouras e UNIG. Professor Pesquisador da Pós-Graduação em Neurologia – UFF.

Creio que todos nós, ao derrear as pálpebras antes de adormecermos, deveríamos pensar: – Essa é a minha vida ideal, repleta de alegrias e obstáculos positivos.

Obviamente, sofremos, por algumas horas, situações de emergência psíquica. Mas o simples fato de percebermos e alcançarmos a gratidão por “coisinhas” que elevam nossa apreciação seria uma boa estrada; pelo menos com melhor sinalização de neurotransmissores positivos (isso existe?). Corremos riscos ao diariamente moldarmos o que achamos mais pertinente e excluirmos “restos” de sentimentos deletérios. Hoje tentei conversar com meus filhos através do celular com viva voz ativado, mediado por um interlocutor que responde por eles. Nenhuma opção. Nenhum rastro de melhorias nesse sentido. Uma cruel rotura de troca de experiências e afeto entre um pai, aqui, e filhos, lá – em Búzios.

O que fazer? Penso que perguntas são portas de entrada. Segue a minha primeira pergunta: – O que posso fazer estando distante em corpo? Acreditar que está tudo bem, fazer o exercício de três respirações seguidas por sincronizadas badaladas do relógio e, indubitavelmente, agradecer a Deus por tudo.

As perguntas, muitas vezes, mudam o olhar para a vida. Devemos, diante de qualquer cenário, nos remodelar e reorganizar. A única mudança possível é a interna; na nossa capacidade de escolher como lidar com as reviravoltas do viver.

E o que pensam a nosso respeito? Isso não é de valor. Seria de muita pequenez nos aporrinharmos com fatores epigenéticos, arquétipos de Jung e esteriótipos vários. Isso seria burrice.