A psicanalista Andrea Ladislau

O comportamento agressivo é um sofrimento psíquico. Como a criança ainda não possui elementos básicos de comunicação ela enxerga na agressividade uma linguagem para expressar suas necessidades. É um pedido de socorro que pode ser desencadeado por vários fatores: separação dos pais, chegada de um novo irmão, dificuldade em receber não, falta de limites, dentre outros. Elas enxergam na agressividade a única forma de pedir socorro e expressar que algo está errado. Eles precisam aprender o que fazer com essa raiva. Agem assim, por não saberem ainda negociar. Não sabem moldar a situação ruim e seguir em frente, por isso agridem. É um tipo de sofrimento.

A agressividade infantil pode trazer dois tipos de leituras: uma atitude e hábito natural da idade da criança ou a manifestação de algum tipo de transtorno. Um deles é o Transtorno Opositivo Desafiador (TOD) onde a criança adota uma postura de teimosia frequente, hostilidade e um personagem desafiador a todo tempo. A diferença entre a birra e a evidência de algum transtorno psíquico, certamente, está na intensidade. A birra será manifestada em momentos específicos, já um transtorno demonstrará influências mais frequentes.

Se não ajudarmos e pararmos para olhar para estes sintomas como mais cuidado, podemos ter no futuro, adolescentes e adultos arrogantes e inseguros. Algumas regrinhas são muito importantes para amenizar as emoções que eles não conseguem verbalizar. Seu filho, sem dúvidas é o que você fala. Cuidado com o que diz e como conduz a relação. Ser transparente e falar a verdade, acolhendo nos momentos mais estressantes, ajuda a reduzir as associações emocionais erradas.

Busque ajuda profissional e observe algumas dicas para auxiliar o processo, como por exemplo: Não aja com desespero, do contrário, você vai brigar com a criança e reforçar o comportamento; Determine regras, Não bata, isso poderá contribuir com a ide

ia errada de que violência é o caminho. Ensine a lidar com a raiva, mostrando a ela que pode descarregar tudo fazendo coisas úteis; Elogie sempre que ela conseguir fazer esse controle; demonstre sempre carinho e cuidado. Diálogo e carinho são importantes. Lembre-se, quando a criança tem dificuldades, toda a família tem também. Por trás de um comportamento sempre existe uma necessidade.