Marco Orsini é MD PhD Médico com Formação em Neurologia- UFF. Professor Titular da Universidade de Vassouras e UNIG. Professor Pesquisador da Pós-Graduação em Neurologia – UFF.

Entardecia. Novamente bandeiras do Brasil e na cor vermelha contrastavam. Em partes clarões rubro cobriam pessoas e locais. De outro lado, movimentando-se com incrível rapidez, “verdes e amarelos” entoavam canções várias relativas ao presidente. Gostaria de pedir um favor aos leitores? “Sem frustrações e/ou punições, okay?”. Independente de quem for eleito o nosso País não aguenta mais tanta imbecilidade, infantilidade e quebra de relações humanas. São comportamentos infantis, pouco estruturados e incompatíveis com nossa evolução. Matar e xingar uns aos outros é um ato burro, asno, jegue e abestado. Também não devemos agir como “criados-mudos”: já somos bem “grandinhos” para nos responsabilizamos por nossas decisões.

Como colunista creio que não posso dar o meu voto, mas todos os meus amigos sabem o que penso. Não minto para eles. Também não minto para a bandeira do Brasil. Já me peguei olhando para ela e chorando algumas vezes. Quanta coisa bonita por aqui; para que tanta ganância, tanta miséria, tanta “sacanagem” com os tripulantes. Sim, sacanagem, pois é isso que estão fazendo com o nosso povo desde que penetramos como espermatozóides no ventre de nossas mães.

Converso muito com alguns amigos (Leandro Artiles, Paulo Sally, Eduardo Flexa, Murilo Rupp, Daniele Arona e Jano Alves). Às vezes também olho para o céu e converso com os meus avós e minha mãe: “Me ajudem, pelo amor de Deus, pois o Diabo parece inspirar pessoas”. Todos que circundam as minhas estranhezas, fortalezas e fragilidades sabem que eu vou melhorar (com certeza absoluta).

Tenho uma relação muito direta com Deus. Às vezes brigamos, cobro ele, saímos na pancada. No final, creio que somos bons amigos. Sempre agradeço ao carinho e conforto que oferta aos meus filhos João e Bento. Por vezes Daniele Arona me liga: “Amigo, tudo bem?”. Sim amiga. Vamos continuar a trabalhar duro, carregando os outros nas costas, disseminando o que plantamos. Posso realmente dormir em paz e, quem sabe, um dia não acordar. Espero ainda ser avô, para ver os filhos dos meus filhos. Essa é uma discussão diária com Deus.

Bem, voltando ao assunto da crônica. Acho que por contemplar o meu trabalho honesto, cansativo, perseverante e constante de neurologista me sinto apto para escolher o meu candidato. Não é lição de moral para ninguém; mas um ato para reflexão. A nossa paz de espírito esvanece-se como uma combalida vela, bruscamente soprada pelo vento quando estamos devendo algo a Deus.

Os bandeiras vermelhas se dizem honestos, mas não doam ou trocam seus celulares para ofertarem cestas básicas aos pobres; passam por moradores de rua como pedras portuguesas; são grossos e cheios de direitos (mas não querem deveres); não cumprem cargas horárias em serviços de saúde; não ajudam crianças carentes; não fazem absolutamente nada pelo povo. Falam de MST, acham tudo muito bonito, mas nunca darão banho num leproso. Os “canarinhos” também são assim. Falam da família, mas não possuem o mínimo de respeito ao imerecido lar que Deus lhe ofertou; berram por ordem, mas são a pura desordem e falam de moralidade, mas estão repletos de marcações divinas pelas costas. Os “canarinhos” e os vermelhos, infelizmente, estão sendo manipulados de formas diferentes. Existem certos no meio desse devaneio de loucos? Sim. Os moralmente responsáveis. Os que ajudam outros seres/humanos. Os que fazem na surdina. Os que cumprem a carga horária no trabalho. Aqueles que são honestos com o coração são poucos. Esses podem ser rubros ou canários bons.

Ontem me escondi abaixo dos sovacos do João e do Bento. Os meus pequenos positivaram para Influenza. Pegaram de mim, coitados. Como não consigo dormir até a temperatura alenteecer, já deixo o tampo da careca para servir de monitoramento. Em resumo. Só temos uma solução. Nos ajudar.

Por falar em ajuda humanitária, gostaria muito de agradecer meu primo Paulo, Breno, Dilce, Flexa, Murilinho e Artilles. É muito bom saber que, independente da bandeira, temos amigos que amamos.