Marco Orsini é MD PhD Médico com Formação em Neurologia- UFF. Professor Titular da Universidade de Vassouras e UNIG. Professor Pesquisador da Pós-Graduação em Neurologia – UFF.

Reencontramos-nos distantes, alguns minutos, tempo suficiente para tirarmos foto com a Lis e, ao final pronunciamos reciprocamente: “eu te amo”. Quem acredita que um homem não é capaz de amar uma amiga nunca vivenciou essa troca de respeito, de carinho, de reciprocidade – sem interesses secundários. Essa que vos falo é uma grande psiquiatra, esposa do Bernardo e mãe da Lis, Júlia Eigenheer.

Recém-chegada de um observership na Austrália, já estava ficando doloroso nosso afastamento físico, embora sempre estivéssemos atrelados espiritualmente. Antes de redigir tal crônica liguei para Julinha e comentei. “Comunica ao Bernardo e veja se ele permite”. Ela repentinamente não deu-me espaço e reclamou. “Lógico, todos aqui somos uma família e o Bernardo te adora”.  Com o Bernardo tenho intimidade de marcar um treino de jiu-jitsu e reforçar o mútuo respeito.

Lis recebeu medicamentos de bebê – vitamina D, ferro, antialérgicos, pomadas e outros atributos. Júlia uma máscara “face shield” para se proteger; afinal de contas qualquer amigo busca blindar o outro.

A Júlia é sempre uma boa companhia, uma boa conversa, um bom lugar para abrigar minhas falas. Ás vezes é forte e dura, mas, indubitavelmente, sempre sincera e preocupada. O amor da amizade pela Júlia e por sua família é tão intenso que parece infinito.

No dicionário, se diz que amigo é o nome que se dá a um indivíduo que mantém um relacionamento de afeto, consideração e respeito por você. Além disso, é leal, protege e faz o possível para ajudar sempre. A amizade não precisa acontecer com pessoas exatamente iguais, com os mesmos gostos e vontades, e em certos casos é esse exatamente o fato que os une. Ou é apenas ter alguém para dividir momentos e sentimentos. Até aí, tudo lindo, tudo bem. Tenho poucos amigos, mas sou apaixonado por eles. Na verdade não devem passar do somatório de meus dedos. De que importa, são grandes de coração, de espírito, de parceria e sempre a postos para auxiliar.

As amizades simplesmente acontecem. A amizade é a única relação não sanguínea que resiste ao tempo e a distância sem que soe como esforço ou sacrifício. Um amigo é amigo porque quer, não porque assim nasceu ou porque se sente obrigado a ser.

Seria injusto após tantos elogios à sua esposa não dedicar essa crônica para o ótimo marido e grande pai Bernardo.

Em tempo: Estou aguardando o convite do café da tarde, sempre com distanciamento social.