Marco Orsini é MD PhD Médico com Formação em Neurologia- UFF. Professor Titular da Universidade de Vassouras e UNIG. Professor Pesquisador da Pós-Graduação em Neurologia – UFF.

Hoje nosso governador foi afastado por seis meses – não fora uma surpresa. Ontem conversava com um grande amigo e pai da Alice Pinheiro de Lima, Bruno de Lima, sobre a falta de provas para sujeitos que executam crimes de causas várias, sendo alguns já com o DNA corrompido.

Não existem santos ou franciscanos no mundo de hoje – infelizmente. Todos nós pecamos, sobremaneira, quando somos omissos a qualquer forma de ações distorcidas. Em contrapartida, mesmo com erros, alguns de nós tentamos lutar com armas não bélicas. Creio que já ficamos com a imagem de um país que desvaloriza a vida e o ambiente. Mortes somam 437 casos numa segunda, por exemplo, no Rio de Janeiro. Na terça, a matemática de dados-morte, muito acima ou abaixo, não é compatível com o panorama. Sinceramente não sei exatamente como é a escrita de “dados-morte”, mas tenho certeza que para o Brasil são apenas números de mortes, sem identidade e CPF.

Quando “escutamos” e “analisamos” reuniões ministeriais visando liberar medidas para destruição da natureza ficamos pasmos. Já não sabemos se a Amazônia é território do Brasil. Um possível remodelamento será difícil – precisamos de parcimônia. Falta “olho no olho”, falta admiração, falta compaixão, falta vergonha na cara de todos nós. O MPF pede, em meio ao caos, o pastor da Igreja Mundial do Poder de Deus uma condenação\indenização de 300.000 reais pela veiculação de vídeos sugerindo o uso de sementes de feijão como uma possível cura a COVID-19.

Espanta-me a frieza e, indubitavelmente, o comportamento do brasileiro com o sofrimento. Essa forma de taxarmos esses indivíduos perversos como psicopatas, sociopatas, doidos e “conflituosos psiquicamente” é errônea. O DNA desses autores com versatilidade de provocar o mal é frequente em nossa população. São pessoas de caráter horrível, asquerosas.

Creio, como médico, que se todos tivéssemos um histórico de atleta estaríamos livres da tal “gripezinha”. Essa catástrofe moral e guerra fria que atinge um país em colapso econômico e político pioraram muito com a pandemia. Não me refiro à explosão no Líbano, mas essa foi somente uma faísca, creio eu, para o representante de nossa República. Mostro ou demonstro com atos, as partes quebradas do Brasil. Tento mostrar aos meus filhos que as nuvens possuem formatos de bichinhos; que os olhos do SONIC nas fotos parecem pequenos corações e que ao lado deles existem pessoas que não possuem comida e calçados. Eles ainda não sabem o que é dignidade, nem alguns de nós, pois parecemos agir no sentido contrário.

Gostaria de dedicar essa crônica aos meus filhos e à Alice. Alicinha, assim como João e Bento, faz parte de uma geração que poderá quebrar esse modelo país com amor e, posteriormente, ajuntá-lo. Um grande beijo no grande Pedro, neto do Marco Antônio Araújo Leite.