Marco Orsini é MD PhD Médico com Formação em Neurologia- UFF. Professor Titular da Universidade de Vassouras e UNIG. Professor Pesquisador da Pós-Graduação em Neurologia – UFF.

Creio a empatia ser uma habilidade de saber como o outro se sente, alimentada pelo autoconhecimento. Quanto mais conscientes estivermos acerca de nossas próprias emoções, mais facilmente poderemos entender o sentimento alheio. Não é difícil compreender ninguém, mas árduo – principalmente àqueles que amamos.

Paulo Sally é Promotor de Justiça do Estado do Rio de Janeiro

O hoje para o amanhã é um tempo que alguém inventou, mas inexiste até na física quântica. Devemos parar de cobrar tarifas emocionais e cessar a abertura de modelos psíquicos em troca de algo não correspondido – deixemos fluir – como a água. A vida não é tão carinhosa para nos ofertar aqueles “minutinhos” dos sinais de trânsito (pare,atenção, siga) para fazermos algumas escolhas. Portanto, minha sugestão é: façamos ou tentemos escolhas positivas para os que nos circundam. E mesmo que seja o oposto, continuemos a fazer o bem aqui – não conseguimos rebobinar o tempo. Caso contrário, viveremos em modelos “microespecificos” de auxílio de poucos e um olhar neutro para o que nos circunda.

Não entrarei em questões geopolíticas, pois adoeci vendo pessoas que nutrem algo entre elas, ceifando relações de convivência por conta de “presidentes da República ou jogos de futebol”. É impossível, um único leitor, não me dizer: “realmente está duro viver com toda essa cortina de fumaça em volta de nossos focinhos”.

O homem se tornou agressivo, rude, impiedoso, covarde, amoral e danado com sua própria espécie. Hoje recebi a seguinte notificação: “Precisamos de sua atenção para finalizar a análise de sua solicitação junto à Operadora de Saúde”. Era uma negação de um quimioterápico para gerenciamento e qualidade de vida à um de meus pacientes. Me respondam uma coisa? Alguém torce para ficar enfermo e arriar sua dignidade diante de um sistema de Saúde? Existe bem mais valioso que poder marchar e translar sem limitações psíquicas e motoras?

Bem… vamos comentar um assunto que também me aborrece. Me deixa barbarizado como homens e mulheres se submetem à situações tão tóxicas e egoístas. Como o ser humano vai deixando o seu valor em tudo, vai perdendo o seu valor para tudo e, incessantemente, vai deixando de ser um passageiro da vida.

Essa crônica é dedicada para o meu filho Bento. Ele sabe porque… uma atitude tão linda comigo ontem que me fez chorar. Eu expliquei: “Carinha, não é nada. Vai passar, negão”. Nas relações onde você é a presa ou o oprimido, não é necessário brigar. Basta olhar para o alto e pensar. O que me deixa ainda confortável aqui? Pesssoas que se preocupam com o existente dentro do meu corpo, algo que podemos chamar de coração. Seres Humanos empáticos e “confortantes” para o nosso espírito. Às vezes a melhor forma de ficarmos por aqui é dando atenção para quem necessita. É encontrar um pouco de paz e depois deixar seguir o corpo. É não desistir de absolutamente nada, mas saber quando estamos exauridos de tanta batalha. Reconhecer o nosso cansaço emocional, acolhê-lo me parece ser o primeiro sinal de vida. É acreditar no casamento, no namoro e por que não na solidão…Algumas vezes essa última é mais confortante do que a presença.

Deixo o meu carinho para a Dilce – amiga que ficou até pela madrugada buscando ofertar-me o direito (aquilo que é de direito). Um muito obrigado amiga, de coração.