Após ler algumas narrativas envolventes e instigantes de alguns filósofos, peguei-me pensando sobre a tal “moral da história” do nosso povo. Creio que chegará um dia em que as pessoas irão parar de atirar pedras umas nas outras. Eclodirá um momento em que o capitalismo e o poder serão tão intensos que não existirá mais simplicidade em viver. Os ricos\soberbos serão tão distintos dos outros seres que habitam o globo que não haverá riqueza tampouco pobreza.
Por vezes pergunto-me o que difere um médico de um auxiliar de enfermagem, um juiz de um auxiliar de gabinete ou um professor de ensino fundamental de um procurador da república? Será o tempo que fora dedicado ao estudo dos primeiros ou a falta de oportunidade dos últimos. Estamos vivendo um sonho de prosperidade material e involução intelectual.
Se não mudarmos nossa maneira de agir e passarmos a amar uns aos outros, não sobrará mais magia em permanecermos com nossos corações pulsando e cérebros com ideias úteis para exemplos aos nossos herdeiros. Hoje, sinceramente, creio que o ser humano está enlouquecido com a mídia, a política, a religião e, principalmente refém de “aparecer” vestindo roupas de marca, saboreando vinhos, ostentando joias e acumulando bens. A vida não terá mais graça no dia em que o canto dos sabiás passarem a ser imitados por aparelhos eletrônicos – quando os animais em extinção forem substituídos por cópias em museus e o verde de nossa mata por tons de cinza.
A única forma de lutarmos contra essas questões é amarmos, compartilhamos, ajudarmos e aniquilarmos nossos instintos primitivos e deselegantes – esses que tornam o nosso povo cada vez mais decadente de alma, espírito e fé.
Façamos a nossa parte. Nossas famílias estão sendo invadidas por postagens de pseudo\intelectuais babacas, por pornografias e vícios vários. Nossas crianças estão se mutilando para buscar entender o tipo de dor interna que tanto perpetua e pesa – a dor da depressão\angustia que eles não ainda conhecem.
Já presenciei vários adolescentes com braços e pernas crivados de giletes – me parece o sinal de um corpo não aguentando a pressão social. Parece-me uma ação que se desloca e assume um crescente. Será que a minha visão do mundo está ultrapassada? Provavelmente. Embora possa ser considerado por muitos um médico mediano, com ideias frouxas e desconfiguradas, me sinto confortável. Prefiro ser comparado a um bode pastando em desvantagem nesse império de ganância sem amor, do consumismo supérfluo e do egoísmo do que com a figura de um médico rico, poderoso, de terno e gravata, que não erra e não pode ser contrariado.
Vamos passar a cumprimentar quem varre nossas ruas, educa nossos filhos e nos mostra o real valor da vida.
Gostaria de dedicar essa crônica aos meus filhos João e Bento e, principalmente aos professores do ensino fundamental. Em tempo: As escolas e universidades valem muito – nossos educadores ainda podem fazer a diferença.