Mayara Aguiar é mestranda em Nutrição Clínica pela UFRJ e especialista em saúde da mulher

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a infertilidade é considerada um problema de saúde global. Atualmente, é estimado que 35% dos casos de infertilidade estão relacionados a mulher, 35% relacionados aos homens, 20% relacionados a ambos e 10% são por causas desconhecidas, o que chamamos de infertilidade idiopática ou sem causa aparente.

A infertilidade pode ser causada por muitas razões e os fatores ambientais e de estilo de vida tem sido associados a menores taxas de fertilidade. O estilo de vida impacta na saúde reprodutiva e na saúde global de homens e mulheres, podendo ser um dificultador ou aliado dos casais que desejam ser pais. O excesso de peso, bebida alcoólica, aditivos alimentares, toxinas ambientais, estresse e tabagismo podem levar a diminuição da contagem e motilidade dos espermatozoides e, em mulheres, a uma diminuição da qualidade dos óvulos, diminuição das taxas de implantação e aumento de abortos.

É possível melhorar a fertilidade através de uma alimentação saudável. A inclusão de alimentos ricos em antioxidantes, vitaminas e minerais (como frutas e verduras), temperos naturais (como cúrcuma e pimenta do reino), alguns chás, castanhas e cereais integrais devem fazer parte da rotina. Além disso, um sono de boa qualidade também deve ser prioridade. Com ajustes na alimentação e estilo de vida, o casal pode melhorar a qualidade e viabilidade dos óvulos e espermatozoides, auxiliar na regulação do ciclo menstrual e controle hormonal, aumentando as chances de gravidez e de uma gestação saudável. A chave é incluir cores, variedade de alimentos e uma rotina de horários para preparar o organismo dos futuros pais.

Vale ressaltar que, após um ano de tentativas malsucedidas de engravidar, o casal, e não apenas a mulher, deve procurar ajuda para investigar e corrigir as possíveis causas, já que grande parte delas é tratável.